Na 8ª edição da Arte ConTexto: relações, encontros e desencontros entre arte e ciência

As fronteiras entre a suposta “objetividade” das ciências e o mundo sensível das artes são colocadas em debate na 8ª edição da Arte ConTexto. A revista, entre outras abordagens, discute a recente separação da arte e da ciência na cultura ocidental, a subjetividade das máquinas e as relações entre o homem e a natureza na produção artística contemporânea.

As editoras da revista Talitha Motter e Paola Fabres explicam que o tema desta edição surgiu com a percepção de que cada vez mais artistas têm se engajado em trabalhar a partir de áreas científicas de estudo, invadindo universos tecnológicos, políticos, cartográficos ou de exploração de arqueologias e paleontologias imaginárias. Além da produção textual que conta com autores do Brasil, Argentina e Chile, a revista possui a tradicional seção Galeria com a apresentação de obras dos artistas Marcelo Zocchio, Manoel Veiga e Afonso Tostes.

A publicação apresenta ainda artigos de tema livre dentro das artes sobre o corpo e a dança, o cinema de pós-continuidade e a visceralidade na obra de Anna Bella Geiger.

Para além do senso comum: destaques

No texto Quando a máquina atinge o sensível: considerações sobre a obra de Maura Grimaldi, aborda-se a produção da artista e fotógrafa que em vez de documentar percepções, interroga, interfere, promove dúvidas e gera inquietações. Paola Fabres disserta sobre o caminho que a artista percorre em universos científicos para dar luz à subjetividade, propondo a humanização de maquinários, junto com a racionalização do pensamento criativo.

Já no artigo Ars Magna Sciendi, de Paola Zordan, é discutida a recente separação entre artes e ciências na história da cultura ocidental. A partir de amostragem de disciplinas, autores e obras, cujos títulos atestam o quão indiscernível a arte era da ciência, a autora defende o quanto a noção de Arte, como expressão que procura dar conta da amplitude de todo saber, precede a de Ciência.

Abordando as mudanças de paradigmas nas relações entre natureza e ciência, por meio de trabalhos de arte contemporânea, o artigo Modelos de Representação das Ciências Naturais na Arte Contemporânea, de Hugo Fortes, fala sobre artistas que fazem uma crítica da relação do homem contemporâneo com o mundo natural. O autor enfoca trabalhos dos artistas Mark Dion, Walmor Corrêa, Eduardo Kac, bem como sua própria produção.

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