Arte ConTexto aborda arte e política, na publicação de março

Em meio a efervescências sociais, a Arte ConTexto, no número de março, aborda o tema arte e política. A publicação conta com colaborações de todo o Brasil, destacando trabalhos de graduandos a doutores. Além de produções acadêmicas, também traz a seção aposta com o trabalho do Kínese, Coletivo de Criação Cultural, e o trabalho fotográfico de Marcius Andrade, com registros de manifestações políticas, em Porto Alegre, entre junho e julho de 2013.

O professor da Universidade de Brasília, Marcelo Mari, aborda a questão dos "Coletivos de arte no Brasil, situacionismo e política na sociedade do espetáculo". Ele parte de um estudo do situacionismo nas artes, até coletivos de arte no Brasil, que romperam com o casuísmo anarquista e assumiram uma posição definida no âmbito das lutas sociais vigentes. Mas, com os últimos acontecimentos, deu-se a sua substituição por grupos mais assertivos, na causa política, tais como os anarquistas e os Black Blocs.

Mario Caillaux, mestrando da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na seção de matérias aborda a obra de Raymundo Colares, a partir do viés político e sociológico. Entre os artigos acadêmicos, Carolina Oliveira, graduanda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisa o coletivo Political Art Documentation/ Distribution, no texto “A arte vem da arte e também da vida". Érico Lima, mestrando da Universidade Federal do Ceará, em "Encontros entre arte e política nas Inserções em circuitos ideológicos, de Cildo Meireles", traz para discussão a relação entre arte e política a partir da obra desse artista.

A questão do tempo do trabalho e as formas de abordar as continuidades e descontinuidades deste tempo na arte são desenvolvidas por Melissa Rocha, da Universidade Federal de Minas Gerais, em "Ponteiros da arte". As obras de Di Cavalanti e Glauber Rocha são tratadas pela bibliotecária e museóloga Rosângela Broch Veiga, no texto "Di Cavalcanti Di Glauber: poesia e pintura no cinema de Glauber Rocha".

Renata Gesomino, doutoranda da UFRJ, em "A transição discursiva do Imaginário Periférico nas relações entre arte e política cultural", fala sobre ações estratégicas desenvolvidas pelo coletivo de arte contemporânea Imaginário Periférico. Ainda, Ricardo Henrique Ayres Alves, mestrando da UFRGS, no texto "O miasma da aids e a evocação do corpo na poética de Leonilson", analisa a presença da doença como o signo corporal na produção desse artista.


Eu-Ilha


A seção aposta da Revista nº3 da Arte ConTexto traz o projeto de Raisa Torterola, Joice Rossato e Marcius Andrade, que compõem o Kínese - Coletivo de Criação Cultural. A obra é intitulada Eu-Ilha, que por meio de um trabalho performático, constrói uma ação artística de resistência, imersa no cenário urbano frenético de hoje. Paola Fabres explica como a artista Raisa Torterola coloca-se em uma escada particular, vendada, e ali estabelece seu contato isolado com os demais pedestres e cidadãos que percorrem o local, criando o seu "Eu-Ilha".