Agenda Cultural

Tarsila e Mulheres Modernas no Rio

O Museu de Arte do Rio apresenta Tarsila e Mulheres Modernas no Rio. Por meio de 200 peças (entre pinturas, fotografias, desenhos, gravuras, esculturas, instalações, documentos, material audiovisual e objetos pessoais), a exposição explicita a maneira pela qual a atuação de figuras femininas foi fundamental no que diz respeito à construção das sociedades carioca e brasileira, entre os séculos XIX e XX, nas mais diversas áreas – como artes visuais, literatura, música, teatro, dança, medicina, arquitetura, esporte, religião, política etc. Hecilda Fadel, Marcelo Campos, Nataraj Trinta e Paulo Herkenhoff assinam a curadoria da mostra. Até 29/09/2015.

Local: MAR, Museu de Arte do Rio de Janeiro (Praça Mauá, 5, Rio de Janeiro/RJ). Visitação: De terça a domingo, das 10h às 17h.

A transformação do museu, que passou a absorver nas últimas décadas a arte contemporânea, acabou por provocar uma necessária redefinição do seu papel. Para além de uma instância de legitimação histórica, o museu viu-se obrigado a assumir uma função mais política e pedagógica, criando formas de aproximação entre a arte e o público que quebrem com a atmosfera cerimoniosa sem perda do elemento educativo. Fazer do museu esse lugar público de confronto com uma atualidade heterogênea e múltipla é um dos desafios do século XXI.

- Luiz Camillo Osorio -

Alessandro del Pero & Caro, Cara

O museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul, MARGS, apresenta as mostras "Alessandro Del Pero - O ateliê como autorretrato" e "Caro, Cara - Retratos correspondentes no acervo MARGS e artistas convidados", curadas pelo artista e gestor cultural André Venzon. As exposições, relacionadas diretamente uma com a outra, aproximam as pinturas do Italiano Alessandro del Pero, radicado nos Estados Unidos, a obras do acervo do Museu, que destacam o papel do retrato desde o século XIX até produções contemporâneas. Até 26/07/2015.

Local: MARGS, Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul (Praça da Alfândega, Porto Alegre/RS). Visitação: De terça a domingo, das 10h às 19h.

Retrospectiva Abraham Palatnik

A Fundação Iberê Camargo traz a Porto Alegre a retrospectiva itinerante do mestre internacional da arte cinética Abraham Palatnik, com curadoria assinada por Pieter Tjabbes e Felipe Scovino. “A Reinvenção da Pintura” reúne 78 obras produzidas entre os anos de 1940 e 2000 e poderá ser conferida de 02 de julho a 04 de outubro. A exposição mostra – pela primeira vez à capital gaúcha – pinturas, desenhos, esculturas, móveis, objetos e estudos do artista brasileiro conhecido por obras que combinam luz e movimento e, muitas vezes, utilizam instalações elétricas. Até 04/10/2015.

Local: Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000. Porto Alegre/RS). Visitação: Terça a domingo, das 12h às 19h e quinta, das 12h às 21h.

Emanuel Monteiro: Paisagens Submersas

Emanuel Monteiro, natural do Paraná, apresenta um conjunto de desenhos de pequeno, médio e grande formato e livros de artista, no qual explora o potencial simbólico da matéria na elaboração de paisagens. Sulcos, palavras escritas, manchas, marcas, resíduos e camadas de matéria aquosa impregnam na superfície do papel, apontando para a lenta transformação do estado das coisas e para o desejo de experimentar uma temporalidade mais espessa. Até 19/07/2015.

Local: Galeria Augusto Meyer – 3º andar CCMQ (Andradas, 736, Porto Alegre/RS). Visitação: Segundas, das 14h às 21h, de terças a sextas, das 9h às 21h e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.

Alexandre Copês: Campos de Cuidado

Na mostra, espaços reais e imaginários se fundem através da simbologia da casa, da cama e da memória. Todos os lugares, sejam mentais ou físicos, se tornam possíveis de serem cultivados. Por meio do cruzamento entre diferentes linguagens, o artista questiona o plano cotidiano, a sexualidade e os desgastes afetivos que compõem a geografia do íntimo. A exposição conta com a publicação de um livro de artista pela Editora Azulejo. O livro, também denominado Campos de Cuidado, contém uma série de desenhos do artista e pode ser adquirido através do site Até 19/07/2015.

Local: Fotogaleria Virgílio Calegari – 7º andar CCMQ (Andradas, 736, Porto Alegre/RS). Visitação: Segundas, das 14h às 21h, de terças a sextas, das 9h às 21h e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.

Goeldi / Jardim: A Gravura e o Compasso

O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta, de 28 de março a 29 de novembro, a exposição Goeldi / Jardim: A Gravura e o Compasso, reunindo 40 trabalhos de Oswaldo Goeldi (1895-1961) e Evandro Carlos Jardim (1935) que pertencem à coleção do Museu, incluindo 17 gravuras de Jardim doadas ao MAC-USP recentemente. A curadoria de Claudio Mubarac - gravador, desenhista e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP - busca as aproximações possíveis entre as obras desses dois mestres da gravura no Brasil. De acordo com o curador “Há em ambos, do ponto de vista da construção de suas matrizes, uma enorme economia de meios, que se revela nas linhas xilogravadas de Goeldi, frestas exatas de luz, e nas gravuras em metal de Jardim, que combinam às vezes a linha cortada, direta e indiretamente, com chapados xilográficos secos, erodindo a matéria corroída em contraluz”. Até 29/11/2015.

Local: MAC-USP, Museu de Arte Contemporânea de SP (Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, São Paulo/SP). Visitação: Terça, das 10h às 21h e de quarta a domingo, das 10h às 18h.

E Pluribus Unum

A galeria Marília Razuk apresenta E Pluribus Unum, mostra de Douglas Gordon, Miroslaw Balka e Rui Chafes, organizada pelo curador e crítico de arte português Alexandre Melo. A exposição reune seis esculturas inéditas em ferro do artista português Rui Chafes, três esculturas do artista polonês Miroslaw Balka, além de dez fotografias do artista escocês Douglas Gordon, ganhador do Prêmio Turner. Como proposta conceitual, Melo traz a questão da unidade versus diversidade, aludindo aos recentes debates sobre o multiculturalismo e a globalização cultural. A própria realidade social do Brasil constitui, no mundo contemporâneo, um exemplo significativo da relevância das diversas dimensões deste tema. Até 15/08/2015.

Local: Galeria Marilia Razuk (Rua Jerônimo da Veiga 131, e 62, São Paulo/SP). Visitação: Segunda a sexta, das 10h30 às 19h e sábado das 12h às 17h.

A imagem arde. Arde com o real do que, em um dado momento, se acercou. Arde pelo desejo que a anima, pela intencionalidade que a estrutura, pela enunciação, inclusive a urgência que manifesta. Arde pela destruição, pelo incêndio que quase a pulveriza. Arde pelo resplendor, isto é, pela possibilidade visual aberta por sua própria consumação: verdade valiosa mas passageira, posto que está destinada a apagar-se. Arde pela dor da qual provém e pela memória. Quer dizer que de todo modo arde, quando já não é mais que cinza: uma forma de dizer sua essencial vocação para a sobrevivência, apesar de tudo. Mas, para sabê-lo, para senti-lo, é preciso atrever-se, é preciso acercar o rosto à cinza. E soprar suavemente para que a brasa, sob as cinzas, volte a emitir seu calor, seu resplendor, seu perigo. Como se, da imagem cinza, elevara-se uma voz: “Não vês que ardo?”.

- Didi-Huberman -